Imagina o casal entrando numa Agência de Viagens, se reunindo com o Agente que atende a família por anos seguidos e que já conhece os hábitos de consumo daqueles clientes. O Agente, assim como o Médico, Advogado, Dentista, Engenheiro, Mecânico, enfim, ele faz parte de um seleto grupo de Profissionais de confiança do casal. Essa cena ficou lá atrás e não volta mais.
Empresas de turismo tradicionais, algumas com mais de quatro décadas de mercado, foram profundamente afetadas por inúmeros fatores e, consequência disso, muitas sucumbiram. As que não souberam se reinventar, simplesmente sumiram do mercado.
Fora os avanços tecnológicos, com os quais não adianta duelar, a cadeia produtiva do turismo, na medida que as margens foram reduzindo, as ‘parcerias’ foram minguando. A hotelaria, via de regra, passou a priorizar acordos comerciais direto com as empresas. Companhias Aéreas, além de terem reduzido o comissionamento, criaram tantas regras e entraves que se tornaram os maiores concorrentes. Recentemente a maior Locadora de Veículos da América Latina simplesmente cortou o comissionamento das empresas de turismo. Aí vem a pergunta: A Agência terá sua receita de onde?
Por falar em ‘avanços tecnológicos’, depois que se popularizaram as plataformas de reservas de hotéis, a compra B2C – aquela em que o cliente compra direto do hotel, eliminando a Agência de Viagens, o segmento que já vinha passando por dificuldades, sentiu ainda mais a pancada.
Algumas empresas, especializadas em produtos de Alto Luxo ou de Eventos Corporativos, foram menos afetadas. Salvo no período da Pandemia e que o apocalipse se fez presente para todas do setor.
E o Profissional como ficou nessa história toda? Os que acompanharam os avanços de mercado e tiveram a resiliência de lidar com a escassez de clientes e uma super oferta de produtos, seguem na luta. Diante da imensa capacidade de adaptação que o ser humano tem, a indústria carinhosamente chamada de Trade Turístico segue inovando e sobrevivendo ao cenário de mudanças constantes. Quem não se adaptou, saiu do mercado.
O elevado número de turistas estrangeiros chegando Brasil tem movimentado um setor que, apesar dos pesares, vem numa crescente sem igual, o de Turismo Receptivo. Pois mesmo que o turista tenha comprado suas viagens sem o atendimento de um profissional especializado, ele necessitará de transfer in/out nos destinos e também de tours locais.
Por Gio Ahmad.’. – Jornalista Profissional (DRT 181/76 MG), Publisher/Editor do Blog do Gio, membro da ABRAJET-MG, hoteleiro e empreendedor no pujante Mercado Imobiliário.
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